9 de abril de 2015

AMADO

 
 
 

AMADO

 
Inerte nesse leito moldado por um corpo fatigado,
lençóis úmidos pela avidez da pele.
O sono repousa na almofada de sonhos confusos, obscuros.
Os olhos semicerrados, obstinados, cotidianos tediosos...
A alma lamenta tamanho isolamento...
Os pensamentos vagueiam na inércia das horas...
A solidão habituada com as portas fechadas,
amiga deste coração desabitado.
Tantas foram as noites que a lua adormecia sem graça,
desencantando o olhar da cor de esperança,
palavra ignorada.
Eclode um novo dia tedioso, findando-se na mesma rotina.
A noite cobre com seu manto silencioso, a resignação amiga
habitual domina o coração...
Novamente o sono brinca atrasando as horas, despertando
a memória...
Na almofada o sono zomba dos sonhos, a mente vagueia...
Por minutos o lume da lua reluz em todo o recinto,
a languidez entorpece o meu ser...
Pressinto uma energia expandindo-se, envolvendo o meu ser..
Duas mãos carinhosamente despertando-me emoções, arrebatando
meu coração.
A sonoridade da voz ecoa como uma melodia,
romântica e atrevida.
Murmurando delicadamente, almejo unir-me a sua vida,
escreveremos nossa história em lindas linhas...
Há tempos te espero, és minha parte querida,
alma gêmea, flor na minha vida...

 Rosely Andreassa