1 de novembro de 2014

SOMOS ASSIM, UM SÓ SER


Imagem - Lo Charme è un nodo da stringere con stile


SOMOS ASSIM, UM SÓ SER


Contornas os meus olhos com o teu negro cintilante
E premias rubores às minhas faces no singelo 
Gesto de cutucar meu braço ardente;

Rebolo o olhar como se não houvesse amanhã,
Laivos que se desenlaçam pelo espaço,
Que nos é ente, nivelando embaraço;

Sorrisos que brotam daquele abraço
Que não tem qualquer pressa da manhã
E nós extasiados pelo hiato elã!

O café esfria na mesa, bebemos o instante
Que tem travo ao mais nobre cafeeiro
E a lua sobe altiva e leve, que nem pena, rompendo o nevoeiro;

Os meus olhos brilham como as estrelas que teimam poisar
No teu colo e beliscas-me em terno olhar 
Como quem deseja mui saborear o luar;

O meu salto prende-se ao pé da mesa 
E teu pé lascivo relaxa o meu tornozelo,
Espreita-se o peito que resplandece beleza.

A noite embrulha-se em cortinas de organdi para beijar
As bocas ferventes de essências raras, meu bem, que manjar
De céus abertos ao linear de corpos que se desejam!

Esquecemos o tempo, abrem-se as mãos de par em par
E caminham pelo verde prado até ao nosso lar
Segredando o quanto ainda desejam.

Contornas os meus olhos com o teu negro cintilante
E eu não te resisto, meu bem, sou tua amante;
Somos assim, um só ser.

® RÓ MAR

31 de outubro de 2014

TÁLAMO DE VERSOS RAROS...


Tálamo de versos raros...


Arde, indelevelmente, em meu peito...
Um forte tálamo de versos raros!
Um doce ardor! Amor versando feito
Magos! minh ‘alma em nevados aparos!

Ó, meu amor! fulcro do meu poema!... 
Ergo d´oiro... reino de castros, 
Mil. Rubor de eflúvios... alfazema, 
Na tez iluminada. A luz dos astros!...

Levas de meu ser... em supremo céu, 
Inda que densas as neblinas em breu… 
Que se abrem para mim, tão docemente… 

Ó, meu amor! pétala de íris!... meu olhar!... 
Flor púrpura extasiada... de mar, 
Brotando meu fundo, serenamente!... 

© Helena Martins

EU, TU E O MAR…



EU, TU E O MAR…


Quando não estás perto de mim fujo
Para outro planeta, onde só há uma rosa
Vermelha a ancorar meu porto marujo
E ali fico, até o tempo voltar, em prosa.

Encontro-me no aconchego de pétalas
Que perfumam noites a laivos de um mar
Que é nosso e perco-me por ali a adora-las,
Remo até ao infinito de um recordar.

Quando não estás perto de mim amo
O universo que é tão nosso e respiro poesia
Pelos ventos de outro planeta, meu bálsamo.

Centelha pelo luar, leito de um amor
Que adormece ao meu lado até ser dia.
Eu, tu e o mar letra que desperta em flor.

® RÓ MAR 


30 de outubro de 2014

SOMOS A LUA NA NOITE DOS BEM-AMADOS


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SOMOS A LUA 

NA NOITE DOS BEM-AMADOS


Sou-te o rio que percorre as veias,
És-me o doce regato que satisfaz.

Somos plenos de exuberantes ideias
Que se abrem pelas águas-furtadas
Das ávidas bocas e saciam as caminhadas 
Que se elevam no horizonte ao coração.

Pelas correntes térmicas da nossa imaginação
Os corpos ondeiam-se de entusiasmos
Novos que vislumbram no audaz
E suculento néctar que nos excita.

Somos leves trapézios no azul que habita
O céu e estrelamos as águas, brilho
Contagiante dos olhares venturados.

Somos a lua na noite dos bem-amados,
Mutantes transparecem os corpos suados
Lubrificando o dia, vê-se o amanhecer, brilho
Que reflecte a luz dos nossos orgasmos.

® RÓ MAR