13 de fevereiro de 2018

MISTÉRIOS DA NOITE


Ilustração obra do pintor: Hamish Blakely


MISTÉRIOS DA NOITE


A noite! Clama pelo brilho
Dos teus olhos e o fado
De eternas emoções
Que me deixa hipnotizado
Por estranhas sensações
A noite! Atrai o meu ser
Para a tua volúpia ancestral
Num êxtase de prazer
Este meu corpo mortal
A noite! Coroa-se rainha
Do velho mistério 
Enquanto vagueias sozinha
No enigma do divino império
A noite! Traz o sonho
Sublime à minha mente
Ao poema que componho 
Com matriz eloquente
A noite! Liberta o pudor
E os beijos sagrados
Com receita de doce sabor
Deixando os lábios melados
Exibindo o nosso esplendor
De corpos apaixonados
A noite! Clama pela cor
Da rosa rubra da paixão
E pelo teu divino amor
Fermentado no coração
A noite! Acende o desejo
Deixando-me sem rumo
No teu corpo que beijo
A noite! Exibe a lua eterna 
Que enfeitiça o nosso ser
Com este simples poema
Composto ao anoitecer
A noite! Eclode a inspiração
Sobre o que vou escrever
E exalta a humana condição
Que não consegues esconder
A noite! Desperta a emoção
Que precisamos para viver
A noite! Revela mistérios
Que não conseguimos ver.

Joaquim Jorge de Oliveira

11 de fevereiro de 2018

SENTI TEU AMAR


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SENTI TEU AMAR


Minha saudade é sorriso lindo,
Amor brejeiro, um dia colorido
Que inventou sol à face do amigo
E o meu coração parte contigo.

Lindo dia de açucenas que trazias
Em regaço. Minha alma gémea, ser
De paixão, soletrando poesias
Num olhar que me concebia mulher.

Minha saudade é luz dum universo
Diferente, vento azul soalheiro
Que diz: vale a pena aquele verso.

Lindo o teu olhar de verde respirar
Que dizia: o coração é conselheiro.
E ao seu colo embalei e senti teu amar.

© Ró Mar 

TEUS LÁBIOS...


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Teus lábios…


Em teus lábios suculentos
Depositei um beijo meu
Que beleza de momentos
Acabar com meus tormentos
Já nem sei o que aconteceu

Lambi-te os lábios com jeito
Com os meus lábios nos teus
Dei-te alguns beijos a preceito
Elevei assim o meu preito
Ao amor, ai meu deus

Despertei os teus sentidos
Para um amor de tão real
Em teus olhos vi vertidos
Os olhares mais vividos
Nesse teu olhar tão sensual

Ponderei o teu pulsar
Nas pancadas do coração
Num momento de se amar
Por de ti estar a gostar
Já que tu és minha paixão

Há momentos tão ternurentos
Que eu sinto em mim a passar
Quem me dera por momentos
Ousar ter certos atrevimentos
E dizer-te o quanto quero amar

Armindo Loureiro 


SINTO-TE



SINTO-TE


No aroma dos jardins e no néctar sugado pelas abelhas na primavera
Na carícia do vento e em cada folha que cai
No cume das montanhas, onde a natureza me abraça
Nos silvados de amoras bravas e nos laranjais
Sinto-te
Nas águas de uma nascente, no silêncio e no canto das aves
No extenso azul do mar
No rendilhado da espuma branca que morre no areal
Nos barcos vazios atracados no cais
Sinto-te
Nos ventos que trazem o cheiro a maresia
Nas gaivotas que se erguem em pleno voo
Nas nuvens de algodão que se movem lentas no céu
No luar das noites transparentes e nas estrelas cintilantes, onde pouso o olhar
Nos sons da água que corre em cascata 
Nos nenúfares que flutuam nos lagos, no botão a desabrochar
Sinto-te
Nas paredes grafitadas das ruas que percorro
Nas insólitas sombras, nos passos andados 
Em cada alvorecer, nos raios de sol que me vêm beijar 
Na chuva que canta no telhado e desliza pela vidraça
Nas melodias escutadas, na letra de cada canção
Nos poemas que escrevo com o coração
Sinto-te
No sol que desaparece lentamente no horizonte
No silêncio das noites que caem devagar
Na palidez das paredes do meu quarto, onde o meu corpo se despe
Sinto-te
Em todos os meus sonhos e nas madrugadas de saudade
Sinto-te...
Porque te lembro, em todos os lugares e instantes…
Apenas... sinto-te...

Lurdes Rebelo

9 de fevereiro de 2018

AMO-TE ASSIM...




Amo-te assim…


É na ponta dos meus dedos
Que minh’alma transparece
Desaparecem todos os medos
Quando trabalho teus enredos
É de quem por ti se compadece

Escrevo em cima da tua pele
O melhor do meu pensamento
E que os dedos ninguém repele
E os meus lábios os teus sele
Para o fazer com sentimento

Um trabalho tão exemplar
Só podia passar pelos meus dedos
Agora que eu te quero vir a amar
Não tenho tempo para esperar
Acontecem-me belos enredos

Vejo-te na ternura do meu olhar
Como algo que eu quero ter
Na ponta dos dedos tu vais gostar
Da franqueza do meu amar
E do que eu digo do teu ser

Digo-o com grande pontaria
Nos dedos me apraz registar
Tu és tudo, tu és essa alegria
E eu registo toda a magia
Que de sempre quero amar

Armindo Loureiro