UMA LEMBRANÇA
Entrei no quarto com a luz
apagada. Corri a sombra
por trás da cortina e
a brisa da tarde entrou pela janela.
Emanava o perfume das roupas
que jogaste ao chão.
Mudo, entreguei-me ao momento esperado.
Palavras dispensadas
sorrisos parados no êxtase
dos desejos mantidos em segredo.
Intimidade total.
Tarde entregue ao sabor do privilégio
de um amor sem fronteiras
quando a noite começava.
Desponta o dia
abrem-se as cortinas
embrulho aquela lembrança
e levo-a comigo.
Fernando Figueirinhas