6 de abril de 2016

UTOPIA DO DESEJO




UTOPIA DO DESEJO


 Eu quero navegar nesse teu céu
Encher o teu corpo de carinho,
Erguer no teu sonho o sonho meu,
fazer do teu caminho o meu caminho.

Não quero mais curvar-me, ser plebeu,
Ir pela vida fora tão sozinho,
Tal como um eremita ou um pigmeu
Que adormeceu num leito pobrezinho.

Fazer crescer as penas de condor,
Que no dorso dos sonhos se acentua,
Vestir-te com as plumas de uma flor.

Dar ventos aos meus ventos de bonança,
Cantando ladainhas para a lua,
Dar voz à minha voz, em nova esp'rança.