19 de maio de 2018

A história do miúdo e da miúda - 1º capitulo




A história do miúdo e da miúda - 1º capitulo  


Beijaste-me um sonho! Acordando-me de um pesadelo. Tocaste nesta alma adormecida, cantando-me a melodia que eu já conhecia, mas tinha prometido não voltar a cantar. A música da vida de que eu me fazia esquecida. O meu coração andava ferido. A minha alma defendia-se da dor ocupando-se de uma solidão acompanhada. A minha alma vivia trancada nesse castelo da ilusão. Essa muralha feita de pedras de sofrimento.
Tu chegaste e beijaste-me um sonho, como quem beija um desejo. Deslizaste os teus sonhos sobre a muralha que sem desmoronar despertou o meu coração. Trouxeste-me oxigénio para este corpo que para se manter vivo respirava histórias já vividas de um passado lamentado. Tu tiraste-lhe a respiração com toda a tua emoção abraçando-me sem medos, nem tristezas. Ali só cabiam os nossos sonhos.
Encaixaste cada um dos teus sonhos na minha vida. Encaixaste tudo o que tu eras na verdade, numa realidade que só eu não queria ver. Mostraste-me quem eu era e eu descobri-me nos braços de um amor. Sem pudores despertaste-me a paixão, que eu tinha guardado nas entranhas mais profundas do que eu sou, para que ninguém ousa-se descobri-la ali. 
O meu corpo soltou-se. Deixou que o desejo toma-se conta dele. Chamou pelas borboletas adormecidas que já quase não sabiam dançar o bailado da paixão.
Chegaste e beijaste-me um sonho. Reviraste a minha via. Roubaste-me a timidez e emprestaste-me a ousadia. Chamaste pela minha paixão, e eu beijei-te a boca para que o meu silêncio dissesse tudo o que estava sentindo. Olhei-te nos olhos e percorri o teu corpo sedento de amor. Sorriste-me e apenas disseste cheguei, sem passado e convido-te para o nosso futuro. Trago-te este amor que sentimos e convido-te para o vivermos.
A única resposta que te dei foi mais um beijo que durou uma eternidade. A minha mão deslizou até encontrar a tua e fomos por ali pela rota que a vida nos fez. 
Havia um amor à nossa espera e o sonho era o nosso cúmplice.

 © Angela Caboz