29 de dezembro de 2019

ZÉNITE




"Zénite"


Recolho-me nos ventos
do teu perfume de alfazema
para viajar sem pressas
pelos teus carinhos,
entrelaçar-me feito poema
em teus ternos e lentos beijos

E assim – no silêncio do aconchego –
voamos ambos por inteiro
na cumplicidade da noite
e nos segredos dos lençóis.

E planamos...
planamos...
sem desassombro e sem fim
nas asas da fantasia
e nas inquietas teias
dos nossos corpos
onde parte de mim vive em ti,
num dilúvio de chamas flamejantes
para encontrar flores frescas
e eternizar a primavera.

 © António Carlos Santos
In "da Geometria do Amor" - Seda Publicações