6 de setembro de 2018

A HORA DA TERNURA


Pintura de Renoir


A HORA DA TERNURA


Ocaso... é quase a hora da saudade. Nasce a noite da própria claridade que ainda se estende por aí fora. Um sino na distância dita a hora do silêncio, do mar e das estrelas. As nuvens brancas são velas a navegar com a brisa do nosso amor, apenas com um sopro suave, enternecedor. O mar reúne as vozes de mil almas, na sua voz funda sem sobressalto! Ouvindo-o, nem nos apetece falar alto. É durante todas estas horas calmas, que surgem os belos sonhos do nosso agrado amor, aqui contigo a meu lado! Como é belo o adormecer dos jardins. Como se enlaçam glicínias e jasmins, na paz noturna e enamorada das flores. Ficam da mesma cor, todas as cores! O clarão do luar ilumina os caminhos, e perto do céu já dormem os passarinhos. Em passos de larápio que se acautela, a noite vai descendo azul e misteriosa. 
Amor: fechou-se agora a última janela, adormeceu connosco a derradeira rosa!

© Alfredo Costa Pereira