Pintura de Renoir
UM BEIJO ARDENTE
Os beijos que nos unem
São como os elos de uma corrente,
Pungente
Que a ti me prendem,
Como a mais ninguém;
Amor, como tu me prendes bem!
E ninguém quebra esta corrente
Porque ela é mesmo de tal sorte,
Que cada elo seu, rangente,
Só se quebra com a nossa morte!
E passeando pelo meio da folhagem quente,
Vimos um ganso sobre um lago algente,
Que gozava o fresco, bem longe da gente!
E mais um beijo longo sibilou no espaço;
E foi durante o sonho daquele beijo ardente
Apertado num abraço,
Que ouvimos os trilos pelo ar sereno,
Das aves em voo, num canto ameno!
© Alfredo Costa Pereira