19 de setembro de 2018

UM BEIJO ARDENTE


Pintura de Renoir


UM BEIJO ARDENTE


Os beijos que nos unem 
São como os elos de uma corrente,
Pungente
Que a ti me prendem, 
Como a mais ninguém; 
Amor, como tu me prendes bem!

E ninguém quebra esta corrente
Porque ela é mesmo de tal sorte,
Que cada elo seu, rangente,
Só se quebra com a nossa morte!

E passeando pelo meio da folhagem quente,
Vimos um ganso sobre um lago algente,
Que gozava o fresco, bem longe da gente!

E mais um beijo longo sibilou no espaço;

E foi durante o sonho daquele beijo ardente 
Apertado num abraço,
Que ouvimos os trilos pelo ar sereno, 
Das aves em voo, num canto ameno!

© Alfredo Costa Pereira