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AINDA GOSTO QUE ME HABITES
Numa eclosão de sentimentos
Engulo a saudade
E em surdina chamo por ti
Como se o teu amor tivesse
Outro nome no teu nome
Envolvo-me num doce sonhar
Junto a este mar
Poetizando em devaneio
Dissimulo meu pranto
Nas palavras não ditas
Que dançam ao som do vento
Gaivotas pairam sobre o mar
Tão azul... Tão sereno
Entrego-me à saudade com tal intensidade
Numa eloquência delirante
Que me enfeitiça a alma
E… Ainda gosto que me habites!
Se um dia me quiseres encontrar
Procura-me junto ao mar…
Aquele que era “nosso” refúgio
E nem dávamos conta
Do tempo, das horas passar
E em gotas de suspiros
Num beijo calado, roubado
Abraça-me...
Veste-me com véu fulgente de sonhos
E ama-me... Ali...
No silêncio do meu grito
Ainda gosto que me habites!
Lurdes Rebelo