26 de julho de 2018

HUMANA PERDIÇÃO


obra de Charles Lenoir


HUMANA PERDIÇÃO


No teu corpo, belo, sem lei
Encontrei a minha perdição
Quando eu por amor entrei
Discreto nesse teu coração

E, depois de eu nele entrar
Perdi-me e como não sei!?
O, culpado é o verbo amar
Que no singular eu soletrei

Esta estranha combinação
Do mais ténue sentimento
Eleva para outra dimensão
O meu erudito pensamento

Magia de sublime erudição
Que no teu ser lá encontrei
Quando pequei por paixão
E no éden velho eu te beijei

Espero o divino julgamento
Que me conceda absolvição
Que não seja longo o tempo
Se obtiver uma condenação

Mas só o teu corpo sagrado
Libertou-me, aqui da agonia
De sentir-me como culpado
Antes de sonhar esta poesia

Eu, não vejo qualquer razão
Ser condenado p'la divina lei
Só, porque por tua sedução
O, teu corpo de mulher amei.

Joaquim Jorge de Oliveira