26 de julho de 2015

INFINITO OLHAR


Imagem- Daniel F. Gerhartz - Open ArtGroup


INFINITO OLHAR 


Infinito olhar... teu saracotear,
Que me deixa perplexo pela dúvida
Se és flor de outono ou labareda de verão!
Observo o teu rosto de chama 
Pacifica e perco-me pela calma 
Que ele desfolha...

Vejo pelo teu olhar a esmeralda
Que não sei se é preciosa pedra ou astro da vida.
E, perco-me no chá vário de infusões
Que não sei se são flores só de primavera
Ou também alguns restos de folhagem 
Do outono que pairam pelo ar.

Infinito olhar... que não me dá paz,
Porcelana refinada 
Que não sei se é um toque a sedução
Ou se és até a minha amada!
Vejo à mesa panos que se distinguem
Pela cor, serão só as tuas vestes ou também 
O aparato ao chá que nos olha!

Vejo-me ao teu olhar rés à chaleira
E sinto o calor que confunde o aroma
Ao teu perfume, o que não sei se é flor
Ou planta que me quer conquistar!
Pelo teu peito audaz
Vejo a mulher que quero amar,
São tantas as sensações!

Infinito olhar... que me excita...
Talvez seja da seda que o habita,
Ainda assim, quero nele penetrar,
Sentir as raízes do seu nascer...
Ervas raras que não distingo ao te olhar,
Saber o paladar que és e ser,
Talvez, o teu amor.

® RÓ MAR